Este seu filme, muito recente, é uma espécie de autobiografia, já que se trata da história de um jovem realizador, Nikolas que, seriamente condicionado pela censura soviética, decide emigrar para França e acaba por ver reproduzida pelos produtores capitalistas a mesma preocupação em alterar-lhe todo o projecto cinematográfico, dando-o a montar por quem lhes merece outra confiança.
Embora comece por se posicionar como panfleto anticomunista, «Chantrapas» revela um Iosseliani algo anarquista, demasiado cioso da sua liberdade individual para que se deixa tolher por quem lhe financia a criatividade.
A maior desilusão do filme reside, porém, na artificialidade da representação de muitas daquelas cenas, que denotam uma deficiente direcção de actores. O que, associada à incapacidade para tornar eficientes as tentativas de inserir alguns pormenores de comédia no argumento, transforma este «Chantrapas» num projecto completamente falhado.
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