domingo, setembro 25, 2011

Filme: CHANTRAPAS de Otar Iosseliani (2010)

Já perdi a conta a quantos filmes vi do georgiano Iosseliani, mas de todos me fica a ideia de desilusão face às expectativas suscitadas pela complacente crítica cinematográfica.


Este seu filme, muito recente, é uma espécie de autobiografia, já que se trata da história de um jovem realizador, Nikolas que, seriamente condicionado pela censura soviética, decide emigrar para França e acaba por ver reproduzida pelos produtores capitalistas a mesma preocupação em alterar-lhe todo o projecto cinematográfico, dando-o a montar por quem lhes merece outra confiança.

O desiludido Niko, que chega a trabalhar na construção civil ou no jardim zoológico para assegurar o seu sustento, acaba por compreender a impossibilidade de se afirmar como criador, quer a oriente, quer a ocidente.

Embora comece por se posicionar como panfleto anticomunista, «Chantrapas» revela um Iosseliani algo anarquista, demasiado cioso da sua liberdade individual para que se deixa tolher por quem lhe financia a criatividade.

A maior desilusão do filme reside, porém, na artificialidade da representação de muitas daquelas cenas, que denotam uma deficiente direcção de actores. O que, associada à incapacidade para tornar eficientes as tentativas de inserir alguns pormenores de comédia no argumento, transforma este «Chantrapas» num projecto completamente falhado.

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