O distanciamento histórico já permite situar a transição de um capitalismo relativamente decente, preocupado com o bem estar de todos os que nele participavam para a forma odiosamente vampiresca, que está na origem da actual crise global.
Aconteceu com a imposição de Ronald Reagan na Casa Branca como testa-de-ferro dos interesses de Wall Street, responsáveis pela sua mistificadora promoção. O capital financeiro procedia, então, a um verdadeiro golpe de estado.
Desde então os norte-americanos foram bombardeados com mensagens publicitárias, que diabolizaram os indicatos e os convenceram da bondade do sistema de empréstimos bancários inesgotáveis. Até acordarem num terrível pesadelo em que já não possuíam nem emprego, nem casa, nem qualquer apoio social digno desse nome.O que está a suceder na América com os ricos a pagarem cada vez menos impostos, a banca desregulamentada a inventar produtos virtuais sem qualquer suporte na economia real e zonas inteiras convertidas em cenários de Terceiro Mundo, constitui o retrato fiel de um capitalismo imoral contra o qual se começam a levantar as camadas mais conscientes da população. Às quais a própria Igreja Católica não nega apoios, porquanto todos os fundamentos morais em que se fundamenta são amplamente violados por essa verdadeira conspiração anti-democrática.
Michael Moore prossegue a sua odisseia contra esse estado de coisas até nos conseguindo convencer de elas se começarem a alterar neste país aonde a palavra socialismo é usada como um insulto e a regra de cada um por si vale como factor identitário.
É que, sendo imensa em tamanho, a América está a tornar-se cada vez mais minúscula para o sonhos de 95% dos seus cidadãos, sujeitos a uma qualidade de vida deplorável.
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