Este é o exemplo de um conto, que demonstra a versatilidade de Stephen King na abordagem dos seus temas, e de como nele se assumem influências literárias insuspeitas, como é o caso de Albert Camus e do seu existencialismo.
Para cumprirem uma segunda lua-de-mel nas bodas de prata do seu casamento, Bille Carol saem do seu Massachussets natal e, após um voo em jacto particular, preparam-se para aterrar na Flórida aonde os espera um hotel de charme num local paradisíaco só acessível aos mais endinheirados..
Mas esse estatuto social nem sempre fora o seu: nos primeiros tempos de casamento, quando Bill ainda não conseguira singrar na emergente indústria informática, só encontrara emprego como porteiro num bairro problemático frequentado por muitos toxicómanos e traficantes de droga.
É isso que Carol revê no seu pesadelo, aonde sente sempre a convicção de algo se repetir em relação ao que vai vivendo, mormente a infidelidade de Bill com a sua secretária loura ou a sua decisão em abortar do único filho, que dele chegara a esperar.
Embora o conto não esclareça se é real a probabilidade de uma morte iminente por acidente (no avião em que se dirigirão ao seu local de férias), o que ele reflecte é a ambiguidade de sentimentos numa mulher ainda capaz de amar o companheiro, mesmo conhecendo-lhe os mais incómodos dos limites, e como nela persistem incrustadas as noções católicas de virtude e de pecado, tal qual lhe tinham sido impostas pela educação religiosa dos seus mais verdes anos...
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