Vida difícil a da família Ahir, cujo quotidiano acompanhamos naquele que é considerado o país mais pobre da Europa: a Moldávia.
«A Ponte das Flores» do romeno Thomas Ciulei (2008) mostra as consequências de, tão só obtida a independência do antigo império soviético, a Moldávia decaiu tanto, que um quarto da sua população foi constrangida a emigrar. E foi isso o que aconteceu com esta família: para pagar as dívidas, assegurar uma boa educação aos filhos e reparar a casa, a matriarca partiu para Itália. Donde não pode voltar porque não arranja, ou diz não ter ainda arranjado, a devida autorização de residência.
Passaram já mais de três anos desde que a mulher de Costica Ahir partiu, passando a enviar regularmente dinheiro para complementar os magros recursos obtidos por ele na sua pouco rentável actividade de agricultor. A relação com a família passou a reduzir-se a cartas, a alguns telefonemas e a algumas encomendas abertas com ansiedade.
O rude Costica bem se esforça por dar uma vida normal aos filhos, controlando-lhes os trabalhos de casa, o corte dos cabelos, ou lendo-lhes histórias ao deitar… mas também implicando-os nas difíceis tarefas campesinas para as quais não bastam os seus esforços.
Conseguirá, de alguma forma, colmatar as feridas abertas pela ausência dessa mãe tão distante?
Fica a dúvida num filme, que vai atravessando as várias estações do ano para demonstra que a beleza da Natureza pode conviver com uma enorme tristeza das almas...
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