Quando se pensa em Maria Callas considera-se que ela fez com que reportórios anódinos atingissem as dimensões do drama wagneriano. Embora só no início da sua carreira tenha experimentado as árias do compositor de Bayreuth.
Mas a sua lenda resultou de uma célebre noite de 1953, no Scala de Milão, aonde dirigida por Bernstein e acolitada por cantores menos impressionantes do que os de outra célebre gravação em Londres, ela teve um desempenho inesquecível.
Já de si o maestro cuidara de estilhaçar o academismo de Cherubini, levando a sua orquestra para uma ambiência mais pr´xima da de Richard Strauss ou de Beethoven.
Mas, segundo narra Vincent Agrech, bastaram trinta minutos do último acto para compreender até onde o som pode assumir uma violência física, uma tensão nervosa próxima do insuportável, quando uma enraivecida orquestra parece precipitar-se no assalto à solista e é por ela rechaçada com todo o seu corpo e voz.
Callas nunca mais viria a ser a leoa indomável, que então se viu. Compreende-se, pois, porque, quem então a ouviu, tenha ficado ofuscado por tal momento até ao resto dos seus dias...
Vemos, ouvimos, lemos e experimentamos. Tanto quanto possível pensamos pela nossa própria cabeça...
sábado, dezembro 05, 2009
Medea Cherubini Maria Callas
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