Que diferença entre o Cristo de S. João da Cruz, que Dali pintou em 1950, e o de Matthias Grunewald, de 1525, aqui representado ao lado.
No quadro renascentista o corpo de Cristo está fracturado e tem os espinhos enterrados na carne. Trata-se, pois, da imagem perversa de um Cristo a contorcer-se de dores no seu corpo gangrenado. Seria esta uma das influências mais marcantes do pintor Francis Bacon já no século XX.
O Cristo de São João da Cruz de Dali é bem diferente do de Grunewald: na sua parte inferior está reproduzida a paisagem de Port Ligat, que o pintor desfrutava de sua casa.
O quadro terá sido sugerido a Dali por um frade carmelita, que entendia a crucificação como uma forma de ascético misticismo, relacionando-o com esse São João da Cruz, homem religioso do século XVI frequentemente possuído de visões relativas a tal acontecimento.
É baseado no desenho de uma dessas visões esboçado pelo próprio místico, que Dali concebe o seu quadro dotando-o de uma perspectiva matemática.
O pintor é, igualmente, sugestionado pelos ambientes de Hollywood que estava a frequentar, recorrendo até a um duplo dos estúdios enquanto modelo.
O quadro levará cinco meses a criar, concluindo-se em 1951. Vendido para um museu de Glasgow suscitará imediata polémica com os críticos a acusá-lo de kitsch e os crentes a admirarem essa versão do «mistério da Cruz».
Um dos aspectos mais interessantes do quadro é a omissão do rosto de Cristo, obrigando o espectador a imaginá-lo. E para quem suspeitava da sinceridade do seu catolicismo, o pintor responderia o quanto gostaria de confirmar a existência de Deus, embora nele não pudesse crer...
No quadro renascentista o corpo de Cristo está fracturado e tem os espinhos enterrados na carne. Trata-se, pois, da imagem perversa de um Cristo a contorcer-se de dores no seu corpo gangrenado. Seria esta uma das influências mais marcantes do pintor Francis Bacon já no século XX.
O Cristo de São João da Cruz de Dali é bem diferente do de Grunewald: na sua parte inferior está reproduzida a paisagem de Port Ligat, que o pintor desfrutava de sua casa.
O quadro terá sido sugerido a Dali por um frade carmelita, que entendia a crucificação como uma forma de ascético misticismo, relacionando-o com esse São João da Cruz, homem religioso do século XVI frequentemente possuído de visões relativas a tal acontecimento.
É baseado no desenho de uma dessas visões esboçado pelo próprio místico, que Dali concebe o seu quadro dotando-o de uma perspectiva matemática.
O pintor é, igualmente, sugestionado pelos ambientes de Hollywood que estava a frequentar, recorrendo até a um duplo dos estúdios enquanto modelo.
O quadro levará cinco meses a criar, concluindo-se em 1951. Vendido para um museu de Glasgow suscitará imediata polémica com os críticos a acusá-lo de kitsch e os crentes a admirarem essa versão do «mistério da Cruz».
Um dos aspectos mais interessantes do quadro é a omissão do rosto de Cristo, obrigando o espectador a imaginá-lo. E para quem suspeitava da sinceridade do seu catolicismo, o pintor responderia o quanto gostaria de confirmar a existência de Deus, embora nele não pudesse crer...
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