quinta-feira, março 13, 2008

A HISTÓRIA DO PS DEFINE A SUA PRAXIS

No «Diário Económico» de 11 de Março, o investigador
Pedro Adão e Silva confessa a sua perplexidade em
relação à convocatória de um comício do Partido Socialista
no Porto como forma de responder na rua à significativa
manifestação dos professores.
Embora fundamentada na necessidade de comemorar
os três anos do Governo de José Sócrates, tal comício
tem sido apresentado pelos comentadores políticos
como uma tíbia estratégia dos socialistas para relativizarem
a aparente condenação das suas políticas por
amplos sectores sociais.
Ora, como diz, Pedro Adão e Silva «esta opção não só
contraria a história recente do PS, como tem pouco a ver
com a identidade do partido.»
É que, ao contrário de muitos dos seus partidos irmãos
europeus, o Partido Socialista português não nasceu a
partir de um amplo movimento de massas, que às tantas
tenha sentido a necessidade de se organizar de forma
mais eficaz para pugnar pelos seus interesses.
De facto, em pleno salazarismo, não havia condições de
mobilizar e organizar esses movimentos de massas. Por
isso a fundação do PS correspondeu a uma aspiração
das elites, desejosas de superar a tacanhez da sociedade
coarctada pelos quarenta e muitos anos de ditadura,
rebocando-a para valores civilizacionais mais avançados.
Desde então tem sido esse o móbil das políticas socialistas,
estejam elas expressadas quer no Poder, quer na
Oposição. Daí que, nas palavras do mesmo investigador,
«o Governo construiu a sua imagem através de uma
agenda modernizadora, apoiando-se numa "maioria
silenciosa", que não se expressa na rua, mas que encontra
eco nas sondagens».
Daí que não faça qualquer sentido medir forças na rua:
nunca foi aí que o Partido Socialista fez impor os seus
valores…
É nessa liderança elitista, que melhor liderará o percurso
dos portugueses rumo à modernidade!

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