segunda-feira, janeiro 14, 2008

O TEATRO COMO UMA OBRA EM ABERTO

No interessantíssimo texto de Tiago Bartolomeu Costa intitulado «O teatro como Obra em aberto» desenvolvem-se algumas pistas para uma melhor compreensão da peça do Teatro Praga.
Há, para começar, o conceito de «responsabilidade máxima do espectador», que é convidado a sair do seu papel passivo para assumir uma relação directa e interdependente com o espectáculo em si. Que não se resume ao texto: este, em vez de polarizar a atenção, deverá contribuir para a disseminação do foco de atenção do espectador para os diversos estímulos em presença paralela.
Será do caos em que parecerá perder-se de forma labiríntica, que ele deverá procurar a chamada «verdade original».
«O limite do teatro não reside no reconhecimento imediato da proposta e menos ainda na satisfação dos envolvidos. Reside, sim, num constante questionamento sobre a validade do que se faz».
A companhia teatral assume plenamente o seu conflito programático entre o que é o verdadeiro e o falso. Para tal não hesita em utilizar qualquer material como potencialmente objecto do seu tratamento dramaturgico. Desde que possibilite o exercício de vanguarda, que consiste sempre em contestar uma burguesia com Poder, mas cada vez mais retrógrada…

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