sábado, janeiro 12, 2008

FERDINAND HODLER: UM ARTISTA A REDESCOBRIR

É um artista praticamente desconhecido, mas cuja exposição no Museu d’Orsay terá ajudado a evocar.
Nascido em 1853, e falecido sessenta e cinco anos depois, Ferdinand Hodler tudo ousou apesar das incompreensões, que enfrentou.
Na Suiça, seu país natal, foi considerado o paladino do feio e do vulgar. Por exemplo no quadro «La Nuit» (1889-1890) em que se representa a si próprio deitado e nu no meio da tela a ser atacado por uma estranha figura de negro sentada em cima dele, enquanto a mulher e a amante estão nuas e adormecidas.
O escândalo foi tal, que mereceu a proibição taxativa do presidente da câmara de Genebra.
Em 1892, «Comunhão com o infinito» mostra uma mulher nua em estranha pose face a uma paisagem, que ele reduz a uma banda de três cores.
O escândalo volta a ser intenso com o quadro «L’Amor» (1907) em que mostra um casal em pose sexual explicita.
Hodler ia ao essencial e ao substancial, fazendo de tudo um estilo próprio: os corpos são sinuosos, a terra e a água mostram-se em linhas paralelas e as cores equilibram-se entre si.
Quando o seu tema é paisagístico, o pintor insere-se na própria natureza: monta o cavalete à beira das falésias e ao longo dos regatos e estuda o que vê do ponto de vista geológico ou meteorológico.
Quando é retrato é impressionante a sua densidade: é citado a imagem de Valentine, a amante que lhe morrera de cancro no Inverno de 1914.
Por tudo isso valerá a pena determo-nos um pouco na obra deste artista.

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