domingo, julho 07, 2019

(VOL) Em busca de emigrantes desaparecidos


O homem na fotografia chama-se Ruben Figueroa e, em tempos, passou clandestinamente a fronteira com os Estados Unidos para aí arranjar melhor vida. Razão para saber melhor do que ninguém como poucos conseguem cumprir o mito do sonho americano porque a grande maioria está condenada ao fracasso se não mesmo a uma morte anónima num sítio qualquer do percurso.
Ciente da angústia das famílias deixadas para trás à espera de boas notícias de quem para norte zarpou e não voltou a ter resposta, Figueroa atribuiu a si mesmo a missão de procurar as dezenas de milhares de emigrantes desaparecidos.
Durante um ano uma equipa do canal franco-alemão ARTE acompanhou o seu périplo pelos comboios de mercadorias utilizados recorrentemente como meio de transporte dos emigrantes ou nos bares e prostíbulos dos sítios mais recônditos de Chiapas.
Não é difícil concluir quanto tão esforçado trabalho equivale a uma gota de água no meio de enorme oceano. Na imagem Figueroa está a convencer a hondurenha Jessica a falar pelo telefone com a mãe, que dela  nada sabia desde três anos atrás. Em vão, porque a vergonha pelo que entretanto vivera é demasiada para que a possa voltar a encarar.

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