quinta-feira, julho 11, 2019

(DIM) «Vidas Noturnas» de Raoul Walsh (1940)


Nos dias 19 e 23 deste mês a Cinemateca oferece-nos a possibilidade de vermos o último filme  em que Humphrey Bogart foi ator secundário, mesmo com um desempenho importante na narrativa. Ele e George Raft são os irmãos Paul e Joe Fabrini, que procuram ser bem sucedidos como motoristas de pesados sem vínculo a qualquer empresa ou organização. Pressionados por quem não vê com bons olhos essas ousadias individualistas, eles enfrentam dificuldades colaterais, quando Joe se vê assediado por Ida Lupino, que não recua perante a possibilidade de matar - mesmo que acidentalmente - o conjugue para o seduzir e lhe dar o lugar do defunto. O problema é que não só Joe não está interessado nela, como ademais anda de olho numa empregada de bar conhecida numa área de serviço e a quem dera boleia, quando pretendera escapar aos avanços do patrão. Razão para ela o inculpar do crime, quase o conseguindo não fora a crise insana, que a toma em pleno julgamento.
Mas não são só as mulheres a serem particularmente perigosas neste filme, porque a estrada também o é, sobretudo, quando o risco de adormecer ao volante durante a noite é hipótese a considerar. Num dos acidentes incluídos na história o próprio Paul sai seriamente ferido, ficando maneta. Talvez para o compensar da triste sina, Raoul Walsh rodaria «High Sierra» logo a seguir e convidaria Bogart para fazer o papel do fugitivo, que se embrenha no deserto depois de participar num assalto falhado. Tanto bastaria para que ele nunca mais perdesse a primazia nos cartazes a anunciarem os filmes rodados até a morte o levar...

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