Portugal faz algum sentido?
A pergunta foi feita numa conferência ocorrida algumas semanas atrás em Serralves com a presença de Eduardo Lourenço, que aproveitou para enfatizar a singularidade do país, quase uma ilha no meio de outros povos, mesmo dos mais próximos.
E valerá a pena reconhecer o quão orgulhosos estamos de tal singularidade: mesmo deprimidos como herdeiros desses intelectuais dos finais dos século XIX, que buscaram as causas da decadência ibérica nas famosas Conferências do Casino.
Até hoje teremos ficado prisioneiros desse exercício de auto-crítica, desse ensimesmamento quixotesco de quem se sente sem objectivos durante mais de século e meio. Até porque se foram perdendo as colónias, a começar pelo Brasil…
Hoje descobrimo-nos num mundo globalizado, muito mais adiantado, que o nosso, sendo-nos pedidos esforços gigantescos para a ele nos adaptarmos.
No fundo, tal qual frisava Manual Maria Carrilho numa recente crónica do Diário de Notícias, «perdeu-se a confiança numa evolução positiva do mundo. Desapareceu a certeza de que o dia de amanhã será melhor do que o dia de hoje».
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