segunda-feira, setembro 07, 2009

Guerra no Grande Norte

Trondheim, Tromso, Spitzberg…

Tudo sítios conhecidos da época em que o Grande Norte norueguês fazia parte dos nossos itinerários estivais por efeito de obrigações profissionais em navios de cruzeiros.
O conhecimento de tais locais - a que acrescentaria outros não referenciados no documentário, mas com história muito intensa no período da Segunda Guerra Mundial como foi Andalesnes - aguçou a curiosidade pelas quase duas horas do filme de Rolf Daubitz e Jens Becker subordinado à «Guerra no Grande Norte».
Três razões estratégicas presidiam à decisão alemã de invadir a Noruega e neutralizar a seu favor a frágil Finlândia: por um lado encontravam-se aí matérias-primas fundamentais para alimentar a indústria siderúrgica alemã, que trabalhava intensivamente na produção de armamento militar. Depois, ganhavam-se ai posições geoestratégicas muito importantes para defender o território do Reich e atacar o norte da União Soviética: Murmansk, porto siberiano por onde era reabastecida a cercada cidade de Leninegrado, constituía objectivo fundamental para aí derrotar o Exército Vermelho. E, enfim, tendo em conta a importância da meteorologia no planeamento das operações aéreas, e privada a Alemanha das informações dos serviços internacionais, era em Spitzberg que se justificava a instalação de bases científicas destinadas a recolher informações passíveis de estabelecer previsões consistentes.
Durante o período entre 1940 e 1944 as tropas alemãs vão de vitória em vitória e nada parece interpor-se entre elas e a vitória final na guerra. Até que os soviéticos partem ao contra-ataque e se comecem a acumular as más notícias: a destruição do navio almirante da Marinha Alemã, o «Turpitz» num fiorde norueguês, a viragem finlandesa, que de aliada passa a inimiga depois de um acordo com Estaline e as derrotas sucessivas nos confrontos como Exército Vermelho.
No final da guerra os territórios norueguês e finlandês terão contribuído com cem mil vítimas para o somatório das vidas perdidas durante o conflito. E sobram muitas histórias dos sobreviventes, que os realizadores ouviram, quer para contar os inauditos sacrifícios por todos padecidos e algumas histórias de relações amorosas estabelecidas no fio da navalha.
O maior mérito do filme é mesmo o de dar a conhecer os efeitos históricos do conflito numa área geográfica normalmente esquecida, quando ele é abordado.

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