quarta-feira, setembro 23, 2009

OS TRIOS DE HAYDN

Existe uma razão bastante consistente para, de entre as muitas obras compostas por Haydn, serem os seus trios as menos conhecidas. Ela é o facto de tais obras darem uma tal primazia ao piano, que o violino ou o violoncelo jamais abandonam a função de acompanhamento redundante do que aquele entoa. Isso significa que, hoje em dia, quando algum agrupamento de câmara escolhe os temas para as suas apresentações em público, a opção vai para os que permitem um desempenho igualitário entre os seus instrumentistas em vez de olharmos quase exclusivamente para o pianista, esquecendo os que, ao lado, se limitam a servir-lhe de caixa de ressonância.

E, embora se possa pensar que Haydn teria composto tais obras no início da carreira, sucedeu precisamente o contrário: a maioria dos mais de quarenta trios por ele compostos foram-no quando já tinha ultrapassado os cinquenta anos de idade. Ou seja, quando ele se deu ao prazer de criar obras preferencialmente para o seu instrumento de eleição sem se preocupar com os demais.
E, no entanto, são obras de um virtuosismo evidente, que garantem prazeres melómanos garantidos para quem tiver o prazer de as escutar.

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