Foi grande a satisfação pessoal, quando soube da notícia do Nobel atribuído a Le Clézio. Há já muitos anos, que ele constituía uma espécie de segredo bem escondido nas minhas preferências, depois de leituras tão gratas quantas as propiciadas por alguns dos seus mais de quarenta títulos.
Mais do que as viagens em si por locais muito diferentes dos da nossa condição urbanóide, cada página tinha sido a oportunidade para uma cumplicidade efectiva do leitor com os estados interiores revelados pelo autor.
Confesso que o seu último romance, «Ritournelle de la Faim» esteve longe de me propiciar idêntica magia, mas não deixa de constituir um bom exemplo de como dentro da História das guerras declaradas ou latentes, subsistem dramas muito mais eloquentes protagonizados pelos seus figurantes.
Comparados aos Hitlers, aos Churchills ou aos Estalines, esta descrição das tremendas vicissitudes por que passa Ethel desde a puberdade até à plena assumpção da sua condição de mulher adulta, é muito mais interessante. E mostra uma vontade indómita de sobreviver e encontrar a felicidade possível.
Como não nos identificarmos, então, com uma personagem, que sabe nada poder influir no curso do que se passa à sua volta, mas não deixa de esbracejar para não ser arrastada para o vórtice para onde são empurrados os mais frágeis?
A tal luz, o livro faz todo o sentido no âmbito da bibliografia do autor!
Mais do que as viagens em si por locais muito diferentes dos da nossa condição urbanóide, cada página tinha sido a oportunidade para uma cumplicidade efectiva do leitor com os estados interiores revelados pelo autor.
Confesso que o seu último romance, «Ritournelle de la Faim» esteve longe de me propiciar idêntica magia, mas não deixa de constituir um bom exemplo de como dentro da História das guerras declaradas ou latentes, subsistem dramas muito mais eloquentes protagonizados pelos seus figurantes.
Comparados aos Hitlers, aos Churchills ou aos Estalines, esta descrição das tremendas vicissitudes por que passa Ethel desde a puberdade até à plena assumpção da sua condição de mulher adulta, é muito mais interessante. E mostra uma vontade indómita de sobreviver e encontrar a felicidade possível.
Como não nos identificarmos, então, com uma personagem, que sabe nada poder influir no curso do que se passa à sua volta, mas não deixa de esbracejar para não ser arrastada para o vórtice para onde são empurrados os mais frágeis?
A tal luz, o livro faz todo o sentido no âmbito da bibliografia do autor!
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