É certo que, quer antes, quer depois do massacre dos campos de Sabra e de Chatila, a História da Humanidade tem sido fértil em massacres odiosos perpetrados por cobardes armados contra gente indefesa cujo único «crime» é serem obrigadas a estar no lugar errado à hora errada. Mas esse lamentável episódio ecoou ao longo destas décadas e continua a perdurar na memória de muita gente.
O problema com o realizador israelita Ari Folman foi precisamente o inverso. Ele estava lá num dos círculos de militares israelitas, que cercava os campos e protegia os falangistas cristãos autores do crime. E esqueceu tudo alienando tal vivência da sua memória.
O que perdurava era uma espécie de sonho em que, nu, ele e alguns amigos, emergiam da água junto a uma cidade sob um céu nocturno iluminado por «very lights».
O que quereria dizer tal sonho?
Instado por um amigo psicólogo a perscrutar nesse terreno complicado da memória ele vai ao encontro de outros amigos e antigos colegas para, das respectivas reminiscências, recuperar as suas.
Trata-se, pois, de uma viagem ao fim da noite da memória e em que está em causa toda a política militarista do seu país, feita de atirar rapazes de dezoito e dezanove anos para a frente de batalha sem cuidar de sequer lhes facultar qualquer razão mais aprofundada para serem obrigados a matar como o fazem de forma mais ou menos inconsciente.
Fosse este documentário feito de imagens reais e não nos apressaríamos tão lestamente a ir vê-lo tão só estreado no King e no Monumental. Mas a opção pelo desenho animado ganha particular força, porque mantém a credibilidade do testemunho de gente real, sem deixar de ilustrar de forma superlativa os momentos mais dramáticos vividos por esses rapazes atirados para a frente pelos seus generais como carne para canhão.
O efeito «murro no estômago» é plenamente conseguido e sai-se do cinema com a noção de impotência perante uma prática continuada de crimes de guerra, que aproxima o poder sionista da prática holocáustica dos nazis de que tanto haviam sido vítimas.
E as imagens reais com que o filme acaba são idênticas a muitas outras ulteriores a culminar nas dos nossos actuais telejornais, quando está em curso mais uma guerra de agressão na Faixa de Gaza.
Felizmente que este vigoroso libelo contra o terrorismo de Israel é assinado e produzido por israelitas. Lembrando-nos que subsiste muita gente decente em Israel para quem a política dos seus governantes é sinónimo de crime.
O problema com o realizador israelita Ari Folman foi precisamente o inverso. Ele estava lá num dos círculos de militares israelitas, que cercava os campos e protegia os falangistas cristãos autores do crime. E esqueceu tudo alienando tal vivência da sua memória.
O que perdurava era uma espécie de sonho em que, nu, ele e alguns amigos, emergiam da água junto a uma cidade sob um céu nocturno iluminado por «very lights».
O que quereria dizer tal sonho?
Instado por um amigo psicólogo a perscrutar nesse terreno complicado da memória ele vai ao encontro de outros amigos e antigos colegas para, das respectivas reminiscências, recuperar as suas.
Trata-se, pois, de uma viagem ao fim da noite da memória e em que está em causa toda a política militarista do seu país, feita de atirar rapazes de dezoito e dezanove anos para a frente de batalha sem cuidar de sequer lhes facultar qualquer razão mais aprofundada para serem obrigados a matar como o fazem de forma mais ou menos inconsciente.
Fosse este documentário feito de imagens reais e não nos apressaríamos tão lestamente a ir vê-lo tão só estreado no King e no Monumental. Mas a opção pelo desenho animado ganha particular força, porque mantém a credibilidade do testemunho de gente real, sem deixar de ilustrar de forma superlativa os momentos mais dramáticos vividos por esses rapazes atirados para a frente pelos seus generais como carne para canhão.
O efeito «murro no estômago» é plenamente conseguido e sai-se do cinema com a noção de impotência perante uma prática continuada de crimes de guerra, que aproxima o poder sionista da prática holocáustica dos nazis de que tanto haviam sido vítimas.
E as imagens reais com que o filme acaba são idênticas a muitas outras ulteriores a culminar nas dos nossos actuais telejornais, quando está em curso mais uma guerra de agressão na Faixa de Gaza.
Felizmente que este vigoroso libelo contra o terrorismo de Israel é assinado e produzido por israelitas. Lembrando-nos que subsiste muita gente decente em Israel para quem a política dos seus governantes é sinónimo de crime.
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