Em 25 de Abril de 1974 um dos filmes em exibição em Lisboa era «A Golpada» de George Roy Hill. Premiado com os Óscares desse ano o filme era o melhor exemplo de como as aparências iludem, de como a realidade diverge em absoluto daquilo que sugere. Ora nos dias anteriores à Revolução de Abril o país parecia completamente diferente daquele que despertaria para uma nova forma de encarar o mundo a partir desse acontecimento regenerador.
Regressar ao filme, passadas três décadas e meia, equivale a recordar essa ilação: que nem mesmo nas alturas mais difíceis, vale a pena desesperar, porque tudo pode suceder de um momento para o outro. Uma utopia ou mesmo um novo conjunto de circunstâncias, que devolva esperança ao cristalizado desespero…
Regressar ao filme, passadas três décadas e meia, equivale a recordar essa ilação: que nem mesmo nas alturas mais difíceis, vale a pena desesperar, porque tudo pode suceder de um momento para o outro. Uma utopia ou mesmo um novo conjunto de circunstâncias, que devolva esperança ao cristalizado desespero…
Estamos em Chicago em 1936 e Johnny Hooker (Robert Redford) integra um pequeno bando de carteiristas apostado em pequenos golpes. Num deles, porém, tomam como vítima um correio da Máfia a quem conseguem extorquir uns bons milhares de dólares. O que leva o tenebroso Doyle Lonnegan (Robert Shaw) a ordenar a vingança inevitável.
O velho Luther, que contava reformar-se com a parte recebida desse último golpe, acaba por morrer, projectado para a rua a partir do seu modesto apartamento.
Conseguindo fugir, Johnny fica a saber pelo corrupto polícia Snyder a identidade do comanditário daquele crime e decide, ele próprio, procurar Lonnegan para fazê-lo pagar a morte do sócio. Para isso conta com a colaboração de Henry Gondorff (Paul Newman), que Luther lhe recomendara como sendo o professor ideal para a carreira de vigarista em que apostava. Mas, Henry está longe de o convencer de início, já que encontra-o completamente embriagado nas traseiras de um bordel aonde se esconde da polícia federal, depois de ter enganado um Senador.
Mas ele começa logo por lhe temperar as emoções de rápida vingança em que se poderá perder. E começam ambos a organizar uma golpada com a conivência de um grupo de outros vigaristas, que terá em Lonnegan a sua vítima, fazendo-o crer na possibilidade de ganhar uma fortuna com a aposta certeira em corridas de cavalos.
A armadilha é tão bem idealizada, que o mafioso fica sem meio milhão de dólares e acaba convencido que os autores dessa façanha morrem na agência de apostas clandestina.
E para Hooker a lição propiciada por Gondorff é tão completa, que inclui a salvação da sua pele, quando está em vias de ser assassinado por outro dos comanditários de Lonnegan e que fora sua breve amante pelo espaço de uma noite…
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