quinta-feira, dezembro 27, 2007

QUANDO MARILYN QUIS DEIXAR DE O SER!

Um dos grandes admiradores de Marilyn Monroe em França é o realizador Patrick Jeudy. Deve-se a ele uma exposição de referência na Maison Européenne de la Photographie, que mostrava a actriz em poses intimistas, captada pela câmara de quem melhor procurara indagar o que se escondia para além da aparente frivolidade da sua imagem hollywoodesca.
Esse interesse do realizador prolongou-se num documentário intitulado «Marilyn malgré elle», datado de 2002 e em cujos cinquenta e dois minutos de duração, ele aborda esse período lapidar na carreira dela, que decorreu entre 1955 e 1957. O tal em que ela abandona Los Angeles, escondida sob o pseudónimo de Zelda Zonk, e se refugia em Nova Iorque em casa do fotógrafo Milton Greene.
A sua relação com o casal Greene confere-lhe o ambiente familiar, que ela nunca chegara verdadeiramente a conhecer. Enquanto estuda no Actor’s Studio, inicia a relação com Arthur Miller e frequenta sessões de psicanálise, ela posa para o seu anfitrião, que consegue as fotografias mais belas alguma vez dela captadas.
É um tempo em que se chega a acreditar na prevalência de uma outra Marilyn, capaz de virar costas a uma indústria, que a usara e abusara como paradigma de um tipo de pessoa, que ela intimamente rejeitava.
Mas depressa esse esforço se esvai perante a tentação dos dólares e a ilusão da fama. Marilyn regressará ao redil, porventura sem saber que se encaminha afinal para o matadouro…

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