segunda-feira, dezembro 31, 2007

DUAS FORMAS DIFERENTES DE TRANSGRESSÃO FEMININA

De entre os livros mais recentes publicados em França avultam dois, que abordam outras tantas formas de expressão da transgressão feminina.
Em «La Passion Selon Juette» a escritora Clara Dupont-Monod dirige o leitor para o século XII, essa época de heresias, em que uma rapariga sentirá bem na pele a sua irreverência.
Juette é obrigada a casar aos 13 anos e enviúva aos 18, alimentando pelo meio um ódio total aos homens, cuja brutalidade nada tem a ver com a imagem mítica dos cavaleiros, que alimentara até à autêntica violação, que significou para ela cada acto sexual.
Por isso agora ela diz não. À Igreja, aos pais, a todos quantos se atrevam a considerá-la um mero objecto de desejo. Daí que se veja condenada num processo, que a vitimará…
Por seu lado Ananda Devi, com o seu «Indian Tango», mostra como, na preconceituosa sociedade indiana, uma mulher cinquentona acorda para o prazer, para a sua feminilidade.
É uma outra verdade interior, que lhe sobrevem, a contracorrente de tudo quanto parecem pensar todos quantos os que a rodeiam.

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