terça-feira, dezembro 25, 2007

OS CRIMES DE UM CRÁPULA

Não é que a notícia surpreenda, mas o facto de Edgar Hoover pressionar Truman para que, em 1950, fossem presos doze mil suspeitos de traição aos Estados Unidos devido às suas eventuais simpatias comunistas, é bem demonstrativa da dimensão comportamental do crápula, que chefiou o FBI entre 1924 e 1972.
Para além de ser o superpolícia, que prendeu e humilhou homossexuais por o serem, enquanto vivia um escaldante romance com o seu próprio adjunto, Hoover conseguiu limitar os danos à sua imagem pública ao transferir para o alcoólico McCarthy todo o odioso da tremenda campanha de «caça às bruxas», que acabava por comandar na sombra.
Para Hoover esses suspeitos deveriam ser presos em campos de concentração, sem lhes ser formulada qualquer acusação nem possibilidade de recorrerem ao habeas corpus. Algo, pois, semelhante ao que a Administração Bush levou por diante em Guantanamo.
Para os paladinos da «democracia» norte-americana aqui está mais um exemplo da cultura e dos valores, que ela representa: o poder abusivo de gente sem escrúpulos muito raramente confrontada com o merecido castigo, que lhes caberia...

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