sábado, abril 18, 2009

Vítimas da mentalidade salazarista

A curiosidade de um contínuo num armazém de Queluz permitiu a descoberta de mais de duas mil pastas de documentação da Presidência do Conselho de Ministros entre 1938 e 1957 e esclarece mais alguns aspectos do comportamento de Salazar à frente da ditadura do Estado Novo.
Um dos aspectos melhor esclarecidos por tal documentação é o confirmar da autoria do ditador na grande maioria das principais decisões políticas de então. Até sobre os fatos de banho autorizados nas praias portuguesas. Como agora se comprova, a decisão de só permitir fatos de uma só peça e de incrementar a vigilância dos areais pelos detestados cabos de mar proveio de tão provinciana mentalidade. A quem custava a entrada em força de alguns aspectos da modernidade de então oriundos dos estrangeiros, que aqui vinham buscar refúgio da guerra então em curso na Europa…
Para as gerações mais novas será difícil compreender o quanto perdura nos mais velhos os efeitos suscitados no período fascista pela contínua opressão aos seus anseios de liberdade.
Houve quem fizesse perdurar uma certa rebeldia e continue a indignar-se com a permanência de pequenos ditadores no seio das nossas imperfeitas democracias. E houve quem, na época salazarista, tenha enfiado a carapuça e mantenha a mentalidade de quem foi feito em ceroulas…

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