O discurso de Cavaco Silva em recados ao Governo tem duas vias de interpretação possível. Por um lado o da falta de pudor de quem lançou por diante um programa de privatizações, que muito aproveitou aos empresários em que se apoiava, falta ao actual Presidente da República a legitimidade moral para se afirmar agora em impoluto e virtuoso crítico das ligações da classe empresarial ao Governo.
Para quem não tem memória curta fica a noção de associar ao inquilino de Belém o paralelismo com o conhecido Frei Tomás, para quem era melhor atermo-nos ao que diz, do que ao que faz.
Mas, noutra via de interpretação desse discurso - o do bota-abaixismo, que muito justamente mereceu o repúdio do Primeiro-Ministro - importa sublinhar o papel activo assumido pelo Presidente em relação aos embates políticos próximos.
Conhecido amigo da líder da Oposição e enchendo a sua Casa Civil de gente oriunda da direita, Cavaco aparece a condicionar o livre arbítrio dos eleitores para se pronunciarem pela ratificação das políticas do Governo ou pela sua condenação. Querendo influenciar no segundo sentido.
Esta inflexão em relação a uma pretensa neutralidade apartidária acaba por comportar as suas vantagens: custaria a quem sempre considerou a sua eleição um anacronismo histórico (a exemplo de Durão, ele é o paradigma de um passado irreversível!) vir a ter de o plebiscitar para um novo mandato!
Para quem não tem memória curta fica a noção de associar ao inquilino de Belém o paralelismo com o conhecido Frei Tomás, para quem era melhor atermo-nos ao que diz, do que ao que faz.
Mas, noutra via de interpretação desse discurso - o do bota-abaixismo, que muito justamente mereceu o repúdio do Primeiro-Ministro - importa sublinhar o papel activo assumido pelo Presidente em relação aos embates políticos próximos.
Conhecido amigo da líder da Oposição e enchendo a sua Casa Civil de gente oriunda da direita, Cavaco aparece a condicionar o livre arbítrio dos eleitores para se pronunciarem pela ratificação das políticas do Governo ou pela sua condenação. Querendo influenciar no segundo sentido.
Esta inflexão em relação a uma pretensa neutralidade apartidária acaba por comportar as suas vantagens: custaria a quem sempre considerou a sua eleição um anacronismo histórico (a exemplo de Durão, ele é o paradigma de um passado irreversível!) vir a ter de o plebiscitar para um novo mandato!
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