domingo, fevereiro 17, 2008

QUERERMOS SER DO NOSSO TEMPO É JÁ ESTARMOS ULTRAPASSADOS

O capitalismo prepara-se para uma nova crise na sequência das dificuldades de ressarcimento dos chamados créditos com o subprime.
O Governo, que precisava de algum sossego para consolidar todo o esforço produzido no saneamento das contas públicas, enfrenta agora os riscos de um arrefecimento significativo das economias para onde mais costuma exportar. Ora, as eleições aproximam-se, as campanhas difamatórias contra o primeiro-ministro continuam a ser lançadas com suspeitosa regularidade e o movimento sindical e social, mobilizado por efeitos das reformas na saúde ou na educação, dispõe-se a fazer o frete a quem mais interessado se mostra em mudar de políticas: o grande capital, que vê nos governos de direita a oportunidade de lançar as suas golpadas.
O que sucedeu com o Casino Lisboa e as trapalhadas do ex-ministro do CDS Telmo Correia para dar a privados o que deveria ser mantido na posse do Estado é só um exemplo de como ocorre o regabofe da corrupção quando a direita chega ao poder.
É claro que a desmistificação das competências governativas de tal gente aparece bem explicitado no que Sarkozy fez nestes seis meses de Presidência. Os escândalos têm sido inversamente proporcionais em relação a medidas concretas para melhorar a qualidade de vida dos franceses. As sondagens demonstram bem como depressa se fartaram de um pequeno tiranete, mais apostado em usufruir as mordomias da função em proveito próprio do que em trabalhar a sério pelo bem estar dos seus concidadãos.
Esperemos que uma vitória democrata nas eleições de Novembro traga alguma serenidade à forma dos norte-americanos encararem a sua progressiva perda de influência nos mercados financeiros internacionais.
Olhar longe é, agora, um desafio deveras complicado. Porque todas as semanas ocorrem golpes de teatro, capazes de modificarem os quadros de referência em que julgávamos possíveis as nossas conjecturas estratégicas...

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