domingo, abril 10, 2016

DIÁRIO DAS IMAGENS EM MOVIMENTO: A inequívoca militância de George Lucas

Já tem algumas semanas a entrevista de François Forestier com Johann Chapoutot e Sylvie Lindeperg, dois historiadores, que encontram grandes semelhanças entre a saga da «Guerra das Estrelas« com o cinema nazi, muito particularmente com o realizado por Leni Riefenstahl.
Nesse número do «L’Obs», eles lembram que Lucas imaginou a história na época de Nixon, quando ainda estava a decorrer a guerra do Vietname. Por isso era sua intenção, que o filme alertasse para a nocividade do Império americano, sempre ávido de expansão para satisfazer a sua rapacidade capitalista. Seria importante que os espectadores compreendessem quão frágil podia ser a Democracia.
Utilizou a estética de Leni Riefenstahl não só pela sua eficácia, mas para denunciar igualmente o que pretendia. Os uniformes de Darth Vader e dos seus homens remetem naturalmente para as Sturmabtreilung, que eram a milícia nazi.
Do célebre «Triunfo da Vontade» Lucas recuperou a estrutura narrativa de uma República que passa a ser um Império, os uniformes e a maldade intrínseca, os projetores que varrem os céus.
Noutro filme que Lucas produziu - «Os Salteadores da Arca Perdida» - os nazis voltam a ser ruins como as cobras, porque terá sempre uma perspetiva política como se viu com a sua inequívoca condenação da invasão do Iraque por ordem de George Bush.
Com tão óbvio alinhamento político não estranhamos que, enquanto nos filmes nazis, os seres humanos eram robotizados, em «Star Wars» são os robots, que se veem humanizados...

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