Não terá sido propriamente uma desilusão, mas depois de um início de temporada 2009/2010 como a organizada então pelo CCB, esperava-se mais do concerto de inauguração da desta.
Não é que a Orquestra de Câmara Portuguesa não seja competente apesar da extrema juventude da maioria dos seus instrumentistas. E que Pedro Carneiro não seja, de entre os maestros portugueses, um dos mais interessantes de seguir na sua direcção das obras programadas. Nem tão pouco que as duas solistas - Elina Vahäla no seu Stradivarius e Diemut Poppen na viola - não revelassem um assinalável virtuosismo na interpretação da Sinfonia Concertante K364. Ou que a selecção de temas mozartianos não desdenhasse dos melhores programas possíveis.
O que esteve em causa foi a expectativa do que viria a seguir aos fabulosos Arpeggiata de Christina Pluhar. E tudo o que viesse a seguir seria visto em comparação com esse patamar de excelência.
Quando vejo a Sinfonia dos Brinquedos confesso ficar sempre na dúvida se a grande música deverá assumir estratégias burlescas para encontrar públicos mais alargados. E desta feita essa dúvida voltou a repetir-se. Tanto mais que o público, bastante heterogéneo, esteve longe de criar uma verdadeira empatia com o desempenho da orquestra ora batendo palmas entre andamentos, ora sonegando-as na devida proporção, quando era efectivamente tempo de as bater.
Foi, pois, uma inauguração algo pífia, que se espera dê arranque a uma temporada memorável, recheada de bons concertos.
Ontem soube a pouco. Até porque até falharam os costumados chocolatinhos com que costumamos ser mimados na saída...
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