quarta-feira, setembro 22, 2010

Concerto no CCB: ORQUESTRA METROPOLITANA DE LISBOA: À DESCOBERTA DA AMÉRICA

Uma terça-feira até nem pareceria o dia mais indicado para organizar um concerto no CCB, mas o público que encheu a 2/3 a sala do Grande Auditório terá dado por bem empregue o esforço de ali se dirigir. De facto, sendo raro um programa dedicado à música latino-americana, este que Cesário Costa dirigiu foi eloquente quanto à demonstração da qualidade dos seus compositores.
Para começar houve Silvestre Revueltas numa suite, que conhecemos na interpretação da Orquestra Juvenil Simão Bolivar dirigida por Dudamel. Faltando á orquestra algo do ritmo dos intérpretes venezuelanos, não se pode deixar de constatar a competência com que foi tecnicamente executada.
Antes do intervalo houve a oportunidade para apreciar devidamente a qualidade dos intérpretes da Orquestra. As Variações Concertantes do argentino Alberto Ginastera dá ensejo de expressão a cada instrumento antes de todos se interligarem num final grandiloquente.
Na segunda parte houve Villa Lobos. A Sinfonieta nº 1 não será das que melhor projecta o espectador para cenários e ruídos amazónicos, mas trata-se de uma peça riquíssima em três andamentos, que  é demonstrativa da genialidade do compositor das Bachianas.
E, a concluir, o México exuberante de José Pablo Moncayo com o tema «Huapango». Sobretudo os sopros remetem para o lado mais festivo de um país fascinantes, a que não falta o seu lirismo em forma de sons de harpa.
Com um público muito mais atinado do que o do concerto inaugural da temporada, o CCB pode oferecer um belíssimo espectáculo, que fica na memória como um dos melhores de quantos conhecemos na Metropolitana...

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