«Honra de Cavalaria» é um filme muito contemplativo do catalão Albert Serra em torno do mito de D. Quixote.
Os dois personagens vão vagueando indolentemente pelos campos da Mancha até a noite cair e as sombras negras os envolverem nas brumas de um esquecimento, que é o dos seus valores. Estes têm a ver com uma mítica Idade do Ouro, quando não existiam guerras nem quaisquer outros tipos de conflito. Uma Idade em que todos se estimavam…
É claro que Sancho não passa de um criado e Quixote o seu prepotente senhor, mas este último não se exime de tentar convencer aquele da fraternidade que os une: um será o irmão mais velho do outro!
Farto daquele cirandar inconsequente, Sancho ainda se sente tentado a fugir daquele lunático, que tenta interpretar nas nuvens do céu as orientações para si dadas pelo Deus em que acredita. Mas deixa-se convencer a ficar e a ouvir as sempiternas teses do decrépito cavaleiro: « A Cavalaria é a Civilização. Recompensa os que falam verdade e castiga os que mentem. A Cavalaria é o raciocínio em acção».
Muito lento, trata-se de obra para degustar num estado de espírito muito próprio, porque visto ao acaso incomodará pelo tédio, que aparentará criar.
Mas, depois de, há muitos anos atrás, ter passado ao lado do muito elogiado «A Sombra do Marmeleiro» de Vítor Erice por manifesta falta de disponibilização mental para o apreciar, não quererei incorrer de novo no mesmo erro.
Os dois personagens vão vagueando indolentemente pelos campos da Mancha até a noite cair e as sombras negras os envolverem nas brumas de um esquecimento, que é o dos seus valores. Estes têm a ver com uma mítica Idade do Ouro, quando não existiam guerras nem quaisquer outros tipos de conflito. Uma Idade em que todos se estimavam…
É claro que Sancho não passa de um criado e Quixote o seu prepotente senhor, mas este último não se exime de tentar convencer aquele da fraternidade que os une: um será o irmão mais velho do outro!
Farto daquele cirandar inconsequente, Sancho ainda se sente tentado a fugir daquele lunático, que tenta interpretar nas nuvens do céu as orientações para si dadas pelo Deus em que acredita. Mas deixa-se convencer a ficar e a ouvir as sempiternas teses do decrépito cavaleiro: « A Cavalaria é a Civilização. Recompensa os que falam verdade e castiga os que mentem. A Cavalaria é o raciocínio em acção».
Muito lento, trata-se de obra para degustar num estado de espírito muito próprio, porque visto ao acaso incomodará pelo tédio, que aparentará criar.
Mas, depois de, há muitos anos atrás, ter passado ao lado do muito elogiado «A Sombra do Marmeleiro» de Vítor Erice por manifesta falta de disponibilização mental para o apreciar, não quererei incorrer de novo no mesmo erro.
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