sábado, maio 20, 2023

Cubista ma non troppo

 

O quadro pintado em 1913 está no Museu de Bordéus e explica a razão porque, mesmo incluído entre os cubistas com quem se identificara, André Lhote foi por eles renegado condenando-se a um percurso solitário bem sucedido entre os colecionadores de arte, mas menorizado na comparação com os pares para quem a abstração era a regra e a preocupação social e política um imperativo.

As duas figuras humanas que, no meio das árvores, carregam algo aos ombros, visava facilitar a interpretação do tema do quadro, que tomava por motivo dominante os apreciados pinheiros das margens da baía de Arcachon onde se instalara nas primeiras décadas do século transato. E onde voltaria amiúde, sobretudo no fim da vida, quando a saúde começava a declinar e a réplica das mesmas perspetivas com outra maturidade ficou como derradeira conceção da sua pintura.

Sem comentários: