terça-feira, novembro 29, 2022

Miolo: quando nos psicadelizávamos!

 

21 de novembro de 2022

Não fora ter perdido a participação no Woodstock para comparecer a um dos principais shows televisivos da época, e Joni Mitchell não teria estado no festival da ilha de Wight, que fez soar definitivamente o dobre de finados sobre a cultura hippie de que se constituíra símbolo muito peculiar na forma como enunciava a sua versão da realidade, mormente o pioneirismo relativamente às ainda imberbes preocupações ecológicas. No continente americano os valores psicadélicos já passavam então por brusco fim com o assassinato de Sharon Tate numa luxuosa mansão californiana.

Vi agora o registo filmado do festival inglês e tem de se reconhecer o quanto lhe terá sido difícil silenciar a multidão, mais interessada nas drogas pesadas do que no que se passava em palco. Ademais vendo-se para ele atirada bem mais cedo do que ditava a programação simplesmente porque os incompetentes organizadores não tinham quem lá colocar nessa altura.

Compreende-se a depressão em que se deixou afundar nos anos subsequentes anos 70 levando-a a viver como eremita numa remota região do seu Canadá natal. E admirar-lhe a força do regresso, quando veio soar mais jazzy por influência de Mingus e com a serenidade conferida pela pintura em que passou a expressar-se com os gestos determinados de um Pollock ainda que, com a tela na vertical...

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