O Niger atravessa toda a África ao longo dos seus 4200 quilómetros de extensão.
Focalizado no território do Mali, o documentário mostra-o como fonte de vida e inspirador de muitos ritmos e cerimónias de celebração dos seus espíritos. A unirem todas as etnias…
A dos pescadores é a bozo e toda a sua cosmogonia é aí representada nessas festas, cujas origens se situam nos confins das memórias dos mais velhos de entre os mais velhos. Numa delas surge uma rainha das águas, meio mulher, meio peixe.
É pelo rio que os utensílios em barro criados numa das mais singulares aldeias das suas margens chegam aos seus compradores. As oleiras perpetuam a sua tradição de mãe para filha numa aldeia em que jamais se viu um homem a trabalhar o barro.
Djenné, uma das cidades mais conhecidas do Mali, é uma cidade em terra crua.
Considerada Património Universal da Humanidade ela espanta pela sua arquitectura aonde não há qualquer utilização de tijolos ou de cimentos. Mas é, igualmente, agradável a convivência pacífica entre um islamismo tolerante e um animismo bastante popular. De negativo apenas a inexistência de sistema de esgotos.
Entre 1984 e 1992 uma grave seca alterou profundamente a paisagem. Sobretudo a comunidade piscatória sofreu muito com essa mudança. Mesmo considerando-se detentores dos segredos do rio, estipulando quais os tabus a não transgredir para não irritar os génios do rio.
Os que deixaram a actividade da pesca, dedicam-se agora a uma actividade inquietante para quem teme pelos equilíbrios do rio: a extracção de areias destinadas à construção civil.
No contraste entre a beleza da paisagem e a vulnerabilidade das populações, o Niger tem incerto o seu futuro. Estando em causa um grande risco de sobrevivência para as suas populações.
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