Como poderá Ben (Robert de Niro) escapar ao pânico, que o leva a passar os dias num autêntico frenesim?
Produtor de Hollywood, ele até integra a capa da Vanity Fair sobre os 30 principais nomes dessa classe profissional. Mas as coisas estão longe de lhe correr bem: o visionamento do seu filme mais recente, «Ferozmente», corre pessimamente com o público a reagir muito negativamente à cena final em que um cão é barbaramente assassinado. E o realizador, o britânico Jeremy, quer evitar ao máximo qualquer interferência na sua criatividade.
Outro problema tem a ver com a figura de Bruce Willis, demasiado careca e com exagerada barba, para que os donos dos estúdios aceitem prosseguir com tal produção. E Ben tem de condicionar ao máximo o actor para que retire a barba.
Mas a própria vida familiar está um caos: a ex-mulher parece ter um amante, que ele procura identificar, enquanto a filha do seu casamento anterior tinha, apesar dos seus 17 anos, uma ligação afectiva e sexual com um agente acabado de se suicidar.
As coisas até se parecem compor: Bruce Willis corta a barba e Jeremy aceita alterar o final cut do filme. Mas, já em Cannes, Ben constata que, pelo contrário, o britânico ainda o tornara mais repelente. Acaba abandonado na cidade francesa, depois da dona do estúdio lhe negar o regresso no seu avião particular.
Na capa da célebre revista, Ben acaba por ser relegado para a mais recuadíssima fila da sala. Aquela que prenuncia um irreversível crepúsculo. Apesar de ter tantas pensões de alimentos por pagar.
O filme, apesar de explicito sobre o ambiente competitivo de Hollywood, não consegue descolar da sensação de ter vedetas a mais para um argumento algo serôdio.
Sem comentários:
Enviar um comentário