Em 2008 Alexandra Lucas Coelho voltou a confirmar porque é uma das mais ousadas jornalistas lusas ao passar umas semanas num Afeganistão ainda em estado de catástrofe causado pelas sucessivas guerras aí incessantes nas últimas décadas.
Apesar dos sérios riscos de ser mulher e ocidental num espaço aonde uma e outra condição constituem razão para se ser raptada, violentada, assassinada, Alexandra assumiu o projecto como a oportunidade para ir mais além do que os lugares comuns tão divulgados pelos media e mostrar o outro lado - mais credível - da realidade em causa.
As primeiras impressões são de curiosidade, mas também de consolidação de uma ideia: o ar que se respira em Cabul é um dos mais poluídos do mundo, obrigando as pessoas a protegerem-se com máscaras cirúrgicas. Por efeito dos esgotos a céu aberto e do lixo acumulado e jamais removido. E, no entanto, no meio de tal desvio aos padrões de limpeza ocidentais, há quem trate as suas roseiras com um enorme desvelo. Por isso as rosas de Cabul conseguem ser ainda mais belas do que quaisquer outras rosas existentes alhures.
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