Começando na sobriedade da sua postura e prosseguindo no fio condutor do alinhamento do que ali vimos, o que estava em causa era a homenagem às vítimas do campo de concentração de Terezin, recordado como a montra organizada pelos nazis para iludir alguns incautos sobre a dimensão do seu crime fazendo crer que as pessoas a quem se tinham retirado todos os direitos ainda podiam aí praticar diversas expressões da sua criatividade artística.
Em trânsito entre as suas casas e o definitivo local de martírio, uns quantos artistas apeavam-se em Terezin, traduziam em poesia ou música o seu profundo terror e seguiam caminho em direcção às câmaras de gás.
Filha de um diplomata, que não conseguiu divulgar as suas suspeitas nessa altura, Anne Sophie homenageia todas essas vítimas com sonoridades ora soturnas, ora cândidas, que expressam a memória de um tempo, que nunca deveria ter assistido a tais horrores, mas de que nunca se retiveram as devidas lições. Como o demonstram os massacres, que se vão sucedendo um pouco por todo o mundo. Como sucedeu esta semana na Guiné-Conacri...
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