Vemos, ouvimos, lemos e experimentamos. Tanto quanto possível pensamos pela nossa própria cabeça...
sábado, outubro 31, 2009
Confissão de um leitor de Stephen King
domingo, outubro 25, 2009
A literatura como sonhar pela mão dos outros
Se aceitarmos a lógica freudiana, exacerbamos os nosso receios e inquietações, procurando para eles a adequada catarse. Ora «Deixem Passar o Homem Invisível» encontra clara correspondência num dos mais estereotipados pesadelos infantis: aqueles em que nos víamos cingidos num espaço para onde nos pretendíamos ir esconder e de onde já não conseguimos sair.Deixem Passar o Homem Invisível
É essa a lógica de «Deixem Passar o Homem Invisível», romance de Rui Cardoso Martins em que temos um advogado cego e um escuteiro de oito anos a atravessarem meia Lisboa debaixo do chão depois de serem arrastados por uma enxurrada para um dos caneiros da cidade.terça-feira, outubro 20, 2009
Defender os animais
Quando surgem as catástrofes sob a forma de terramotos, furacões ou erupções vulcânicas, o Homem tem consciência súbita da sua pequenez perante a vontade indómita dessa Natureza, que costuma menosprezar. Mas é ao sentir-se nessa menoridade, que poderá olhar à volta e respeitar a tal diferença, que tanto execram os tais moralistas. Os tais para quem os sentimentos de um cão ou de um gato não se podem equivaler aos de uma pessoa. E por isso os abandonam nas auto-estradas, quando partem para férias.domingo, outubro 18, 2009
A TECTÓNICA DOS SENTIMENTOS
Começa então um jogo do gato e do rato, com Diane a manipular as duas mulheres como se fossem marionetas e Richard a desesperar de nunca chegar a vias de facto com a desejada, mas inacessível Elina. Até que, como única alternativa, Richard decide desposar a rapariga. sábado, outubro 03, 2009
Ontem na Gulbenkian: Anne Sophie von Otter e as canções de Terezin
O FINALE DA SINFONIA «LONDRES» DE HAYDN
Em 1795 Joseph Haydn está em vias de deixar Londres, pondo termo àquele que viria a considerar o período mais feliz da sua vida. As doze sinfonias aí compostas serão determinantes para lhe associar o prestígio, que a sua posterior transição para a Alemanha se limitará a confirmar.
É nesse mesmo ano, que compõe a Sinfonia nº 104, também conhecido pela «Sinfonia Londres».
Perpassam por ela os ecos do intenso vendaval, que percorria a Europa de então, com a Revolução Francesa a pôr em causa toda a estrutura política e social do continente.
Ao ouvi-la nos seus diversos andamentos vale a pena ter em conta tal contexto para melhor compreendermos melhor o que subjaz a tais sonoridades.
Mas o que dela melhor se recorda é o seu último andamento, que parte de um pregão muito conhecido na época nas margens do Tamisa e é desenvolvido de uma forma facilmente dada à cantarolice.
Esse andamento é o melhor exemplo de uma conotação muito inteligente dos métodos de composição de Haydn com o ambiente popular em que se pretendia inserir. É essa associação, que facilitará o sucesso das suas obras, porquanto estabelecedoras de pontes comunicativas muito eficazes com o seu público de então.