sábado, julho 18, 2009

Nan Goldin e a sua estranha forma de vida

Em Arles está agora em foco a fotografia de Nan Goldin, uma das raras vedetas do actual mundo da fotografia.
O que é dado a conhecer é a própria vida da fotógrafa, que já acumulou muitas experiências desde o dia da sua saída da casa dos pais aos 14 anos. Uma significativa parte dessas vivências por ela recolhidas em imagens tem a ver com a sua juventude, os amigos, os amores e desamores, as dores. A família de substituição por ela encontrada. Com muita droga, violência e álcool à mistura. Alguns auto-retratos são apaziguadores ao realçarem-lhes os cabelos fartos e alourados, o rosto frágil, o corpo belo. Mas outras mostram esse mesmo rosto ensanguentado depois de uma violenta agressão do amante da altura. Ou nem precisa de chegar a esse extremo: há uma fotografia em que ela está deitada na cama enquanto o amante fuma um cigarro de costas para ela, indiferente às suas emoções.
Nan Goldin inventou o diário pessoal em imagens. Fala dela, mas evoca, igualmente, a época das comunidades marginais dos anos 70 e 80. Significativo o facto de a maioria dos que se vêem nessas imagens já ter entretanto morrido.

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