De entre as leituras muito interessantes por que vou dispersando a minha atenção avulta um romance policial de Robert Wilson intitulado «O Cego de Sevilha». O protagonista é Javier Falcon, o inspector da Brigada de Homicídios da cidade andaluza, a quem uma sucessão de crimes irá suscitar uma crise íntima muito complicada.
O primeiro morto é Raul Jimenez, um empresário de sucesso da área da restauração, cujo corpo aparece amarrado e de olhos abertos para uma cassete pornográfica com mais de vinte anos e aonde a sua actual mulher, Consuelo, actuava como uma das participantes.
O adjunto de Javier, o ambicioso Ramirez, que não esconde o desejo de lhe ficar com o lugar, aposta na culpabilidade da viúva, até pelos benefícios imediatos inerentes a essa súbita condição. Mas Javier não está disposto a guiar-se por tais evidências. Tanto mais, que se segue logo outro corpo, o da meretriz Eloisa com quem Raul tivera relações exactamente antes de ficar à mercê do seu assassino.
Aprofundando a sua investigação, Javier descobre que o morto começara por enriquecer em negócios obscuros em Tânger e de lá viera com a família depois do rapto do filho, Arturo, que nunca mais chegaria a aparecer. Nessa época ele estava casado com a primeira mulher, precocemente levada pela doença e com quem Consuelo se parecia como se dela fosse papel químico.
Mas Javier remete-se igualmente para a relação com o pai, um famoso escritor em cuja casa ainda mora e cujas memórias escritas ele começa a investigar. Para perceber, igualmente, o quanto Tânger também para ele fora o ponto de partida para a carreira e como, ainda antes de enviuvar da primeira mulher, já ele mantinha uma relação clandestina com quem viria a ser a sua segunda mulher.
Pressentindo o quanto este caso irá mexer com o que ele próprio está a vasculhar no seu passado, Javier sente-se em íntimo desequilíbrio não sabendo como iludir a longa jornada de cada noite: A casa era uma prisão, o quarto uma cela, a cama um catre em que era torturado todas as noites.
O primeiro morto é Raul Jimenez, um empresário de sucesso da área da restauração, cujo corpo aparece amarrado e de olhos abertos para uma cassete pornográfica com mais de vinte anos e aonde a sua actual mulher, Consuelo, actuava como uma das participantes.
O adjunto de Javier, o ambicioso Ramirez, que não esconde o desejo de lhe ficar com o lugar, aposta na culpabilidade da viúva, até pelos benefícios imediatos inerentes a essa súbita condição. Mas Javier não está disposto a guiar-se por tais evidências. Tanto mais, que se segue logo outro corpo, o da meretriz Eloisa com quem Raul tivera relações exactamente antes de ficar à mercê do seu assassino.
Aprofundando a sua investigação, Javier descobre que o morto começara por enriquecer em negócios obscuros em Tânger e de lá viera com a família depois do rapto do filho, Arturo, que nunca mais chegaria a aparecer. Nessa época ele estava casado com a primeira mulher, precocemente levada pela doença e com quem Consuelo se parecia como se dela fosse papel químico.
Mas Javier remete-se igualmente para a relação com o pai, um famoso escritor em cuja casa ainda mora e cujas memórias escritas ele começa a investigar. Para perceber, igualmente, o quanto Tânger também para ele fora o ponto de partida para a carreira e como, ainda antes de enviuvar da primeira mulher, já ele mantinha uma relação clandestina com quem viria a ser a sua segunda mulher.
Pressentindo o quanto este caso irá mexer com o que ele próprio está a vasculhar no seu passado, Javier sente-se em íntimo desequilíbrio não sabendo como iludir a longa jornada de cada noite: A casa era uma prisão, o quarto uma cela, a cama um catre em que era torturado todas as noites.
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