segunda-feira, abril 02, 2007

XANANA AO SERVIÇO DOS INTERESSES AUSTRALIANOS

É cada vez mais óbvia a estratégia de Xanana Gusmão para o seu futuro político em Timor Leste.
A História tem destas coisas: heróis de pés de barro, que pretendem modificar o curso dos acontecimentos por conta do papel mistificador neles previamente vincado.
Sobre o suposto heroísmo de Xanana ainda muito está por demonstrar: as vicissitudes do turbulento processo, que conduziu à independência levou-o a representar um papel muito mais relevante do que resultaria das suas capacidades e convicções.
Está quase esquecido para a maioria, mas há quem não esqueça a estupefacção com que foram recebidas palavras suas de apelo à submissão ao invasor indonésio, quando ainda estava preso e havia quem lhe queria atribuir a grandeza de um Mandela.
Estará, igualmente, por esclarecer o papel desempenhado na sombra por Kirsty Sword, cuja intervenção política mais se assemelha à de uma agente infiltrada australiana na política timorense do que à de primeira dama.
Não é por acaso, que a conspiração terminada com a queda de Mari Alkatiri como primeiro-ministro, teve origem na firmeza com que este político defendeu os interesses do seu país quanto à distribuição das reservas petrolíferas na plataforma continental, que separa Timor Leste da Austrália e que esta viu urgência em derrubar.
Infelizmente o papel do país dos cangurus é demasiado interventor na política timorense, o que pode conduzir à derrota política da Fretilin. Mas Xanana enquanto herói da independência timorense é cada vez mais uma dúvida legítima que assalta quem o vê como mera marioneta dos interesses do seu influente vizinho.

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