sexta-feira, janeiro 06, 2012

48 (Portugal, 2009). Susana de Sousa Dias.


A notícia é de hoje e vem das lonjuras chilenas: o governo de direita de Piñera decidiu impor uma alteração aos manuais escolares, que deixarão de falar de «ditadura» a respeito dos anos de Pinochet em La Moneda, substituindo esse termo por «regime militar».

Tal eufemismo mostra como a luta antifascista não pode refrear o ânimo, porque os defensores de políticas autoritárias estão sempre prontos a avançarem para cobrir o espaço libertado pelos que se acomodem ao mero exercício das liberdades fundamentais.

Um filme como «48» de Susana Sousa Dias tem a importância de manter vivo o sinistro tempo de repressão sobre quem apostasse em pensar pela sua própria cabeça e não cedesse aos chavões salazarentos.

A realizadora foi aos arquivos da Pide buscar as imagens captadas pelos fotógrafos da organização no momento da detenção ou da libertação e colocou-as à apreciação dos respectivos ex-presos políticos, que as comentam em voz off e aproveitam para revelar as circunstâncias inerentes a essa experiência.

Trinta e cinco anos depois estes testemunhos ainda têm a relevância de constituírem um poderoso libelo contra um regime com ainda tantos saudosistas a ele conotados. E por isso vale sempre a pena neles nos determos…

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