sábado, novembro 19, 2005

Élisabeth CORONEL: «Saburo Teshigawara, danser l’invisible»

Saburo Teshigawara, homem secreto, aceitou trabalhar em frente da câmara de Elisabeth Coronel durante vários meses, em Tóquio, em Paris, em Lille e em Yokohama. Entra-se na dança com os ensaios de Kazahana (literalmente flor/vento), coreografia criada em 2004 na Ópera de Lille de que se descobrem alguns extractos no fim do documentário.
Começa-se com os primeiros passos de Prelude for dawn, para o qual o coreógrafo trabalha com crianças amblíopes da escola de Loos, espectáculo igualmente apresentado em Lille. É a entrada para o «rio subterrâneo», que anima a arte de Saburo Teshigawara, peça após peça.
Imersão no movimento e na respiração, a felicidade de partilhar um instante de beleza.
É-se tomado por um irresistível desejo de dançar por entre os corpos, que ele dirige com a voz ou com o gesto.
Apresentadas em voz off, as suas palavras, ora concretas, ora misteriosas, sempre evocadoras, guiam-nos para a contemplação do seu universo. Kazahana, tentativa para represnetar a «duração», corresponde assim para o coreografo à imagem de um céu sem nuvens, límpido, donde caem flocos leves de neve.
Entre os ensaios e as representações, a realizadora prolonga a dança com as imagens contemporâneas do Japão: barcos na baía de Tóquio, jogos de praia, chuva de flores de cerejeira nos jardins, lagos e montanhas.
Passo a passo, de encantamento em encantamento, as experiências e as descobertas de Teshigawara são-nos transmitidas, e permitem-nos uma abordagem desse lado inconsciente a que a sua dança dá acesso.

Saburo Teshigawara nasceu em Tóquio em 1953 e é o mais importante coreógrafo japonês contemporâneo. Igualmente bailarino, ele cria a sua própria linguagem, resolutamente inovador e baseado numa investigação permanente sobre a liberdade. Gozando de um prestígio significativo no mundo da dança, é convidado para os principais palcos mundiais com a sua companhia Karas (que significa «corvo», um pássaro benéfico na cultura japonesa)

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