Há dezasseis anos, ainda os escombros do Muro de Berlim estavam frescos na memória, o filósofo George Steiner dizia ao «Le Monde»:
«Não estamos senão no início do pós-marxismo. O desabar dessa esperança, que se transformou em horror deixa resíduos que ainda vão arder durante muito tempo. Também o cristianismo morre lentamente difundindo todas as espécies de venenos em decomposição. O cristianismo e o marxismo são as duas grandes heresias messiânicas do judaísmo. Este sobreviverá. Mas
não penso que nasça, enquanto eu for vivo, um novo sonho colectivo coerente.»
O filósofo, embora de provecta idade, ainda está vivo e o seu juízo cumpriu-se: o sonho colectivo mais coerente dos dias de hoje parece ser o do islamismo radical, que mobiliza milhões de crentes, mas assusta os que se identificam com os valores ocidentais.
Há, ainda assim, a ponderar o que será das nossas democracias burguesas, quando o petróleo se tornar cada vez mais caro em consequência do seu progressivo esgotamento e com as respostas cada vez menos satisfatórias do capitalismo selvagem para garantir alguma equidade na distribuição da riqueza.
Tendo em conta que o projecto marxista nunca se cumpriu, constituindo as experiências do século XX sucedâneos não muito felizes da tentativa de passar da sua teoria à prática, o desafio continua a ser o de encontrar uma via mais eficaz de o concretizar.
Enquanto socialista nunca poderei dizer que marxismo nunca mais. Porque, em boa verdade, ele ainda está por se revelar em todo o seu esperançoso potencial…
«Não estamos senão no início do pós-marxismo. O desabar dessa esperança, que se transformou em horror deixa resíduos que ainda vão arder durante muito tempo. Também o cristianismo morre lentamente difundindo todas as espécies de venenos em decomposição. O cristianismo e o marxismo são as duas grandes heresias messiânicas do judaísmo. Este sobreviverá. Mas
não penso que nasça, enquanto eu for vivo, um novo sonho colectivo coerente.»O filósofo, embora de provecta idade, ainda está vivo e o seu juízo cumpriu-se: o sonho colectivo mais coerente dos dias de hoje parece ser o do islamismo radical, que mobiliza milhões de crentes, mas assusta os que se identificam com os valores ocidentais.
Há, ainda assim, a ponderar o que será das nossas democracias burguesas, quando o petróleo se tornar cada vez mais caro em consequência do seu progressivo esgotamento e com as respostas cada vez menos satisfatórias do capitalismo selvagem para garantir alguma equidade na distribuição da riqueza.
Tendo em conta que o projecto marxista nunca se cumpriu, constituindo as experiências do século XX sucedâneos não muito felizes da tentativa de passar da sua teoria à prática, o desafio continua a ser o de encontrar uma via mais eficaz de o concretizar.
Enquanto socialista nunca poderei dizer que marxismo nunca mais. Porque, em boa verdade, ele ainda está por se revelar em todo o seu esperançoso potencial…
Sem comentários:
Enviar um comentário