quarta-feira, abril 02, 2008

AS REALIDADES DO MARKETING POLÍTICO

Num jornal económico leio um comentário do Ricardo Costa, que merece ser ponderado: »No virar do ano a oposição começou a comportar-se em alegre clima de pré-campanha e o Governo respondeu na mesma moeda com uma remodelação e meia dúzia de medidas avulsas. Até aqui tudo bem. O problema é que a festa continuou e não parece que vá parar.»
Trata-se de um tema recorrente: a capacidade demonstrada pelo Governo para fazer passar a sua mensagem junto da opinião pública. Como se fosse um pecado essa preocupação com um marketing político, que é, nesta época, um imperativo de qualquer força política.
Há quem o faça pelo uso e abuso da demagogia e a direita é especialista nessa exploração maniqueísta dos argumentos mais primários como se todos os eleitores fossem atrasados mentais ou crédulos apaniguados. E há a inteligência de um Governo, que dá importância aos seus actos políticos, eventualmente empolando os seus efeitos benéficos para a maioria dos cidadãos.
Em tempos idos, quando não estávamos assim tão assolados de imagens e de sons, poderíamos compreender o comedimento dos actores políticos. Mas, nos dias de hoje, o marketing político é tão essencial como o de qualquer empresa apostada em vingar num mercado cada vez mais competitivo.
Associar isto a propósitos condenáveis só demonstra uma de duas coisas: ou falta de honestidade intelectual ou miopia perante as realidades dos dias de hoje…

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