quinta-feira, maio 24, 2007

«La Tombe 33, un mystère égyptien», documentário de Thomas Weidenbach

O Vale dos Reis já deve ter sido esburacado por milhares de arqueólogos e de aventureiros, para já não falar dos ladrões de túmulos, que os terão precedido nos séculos anteriores.
Quando se vê um documentário sobre egiptologia há sempre a expectativa de se perceber o que há ainda por resgatar das brumas do tempo.
E foi essa a reacção perante este documentário de Thomas Weidenbach, que acompanha os trabalhos dos arqueólogos da Universidade de Estrasburgo na pesquisa ao chamado túmulo 33, onde terá repousado Padiamenopé, um sacerdote da 26ª dinastia, cuja curiosidade assenta nas suas dimensões.
As suas vinte e duas câmaras, ligadas por longos corredores e em três níveis atingem uma profundidade de vinte metros a partir do solo.
Quantos metros cúbicos de terra foi necessário remover para conseguir uma derradeira morada para um mero servidor de faraós, ultrapassando-os em sumptuosidade nesse encontro com o Além?
Trata-se, pois, de um túmulo-palácio do século VII a.C. de concepção labiríntica, com uma enorme riqueza de hieróglifos , passíveis de constituir por si mesmos uma verdadeira colecção de literatura funerária egípcia.
Espanta, pois, que tenha havido um enorme hiato entre a sua descoberta nos finais do século XIX por Johannes Dumichen, só passado mais de um século volte a merecer a atenção científica de novos estudiosos, apostados em descobrir o que se encontra para além dos poços soterrados ou de galerias vedadas por paredes construídas muito depois da sua primeira ocupação.
É óbvio, que nenhuma grande descoberta científica resultará do seu esforço: mesmo nas câmaras ainda por explorar os saqueadores do tempo ter-se-ão antecipado, levando consigo tudo quanto poderia ser-lhes rentável no mercado das antiguidades.

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