domingo, julho 02, 2023

Uma aldeia britânica da Idade do Bronze

 

Grande prospeção arqueológica é a que está em curso em Must Farm, perto de Cambridge, naquela que foi a zona mais pantanosa da Inglaterra, e está a revolucionar quanto se sabia sobre a História europeia na época da Idade do Bronze. Porque a aldeia engolida pelas lamas ficou parada no tempo durante três mil anos até ser redescoberta por mero acaso. E ganhando fama de Pompeia britânica. Porque encontraram-se vestígios de refeições interrompidas, ferramentas então em uso, belas pérolas verdes e um dos maiores acervos europeus de tecidos pré-históricos.

Graças à abundância de detalhes os arqueológos criaram uma ideia clara de como eram os usos e costumes na população aí estabelecida. Mormente as técnicas que dominavam, as armas que utilizavam, mas também as redes comerciais de comunicação com outros povos.

A exumação da aldeia tornou-se incontornável, quando obras na Must Farm começaram a revelar a existência de quantidades suspeitas de pedaços de madeira no seu solo. A datação deu-os como tendo sido utilizados mil anos antes da chegada dos exércitos de Júlio César às Ilhas Britânicas. E, apesar desse tipo de material quase sempre se decompor, o que se encontrou estava miraculosamente preservado pelas condições pantanosas dos terrenos da região. Encontraram-se as estruturas das casas circulares com o recheio (ferramentas agrícolas e utensílios de cozinha) existente no seu interior e todas avizinhando-se umas das outras.

Exposta ao ar ao fim de três mil anos, a madeira arrisca-se a secar e a decompor-se, razão para ser permanentemente humidificada. Uma das peças mais singulares é a de uma das mais primitivas rodas inventadas nesse período, mas também se encontraram pirogas para deslocações no rio.

Must Farm dá respostas substantivas como viviam esses desconhecidos antepassados!

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