Alguns anos de silêncio não desalojaram Patrícia Kaas da sua condição de cantora mais importante da música francesa actual.
O seu novo espectáculo, ligado ao seu mais recente álbum acabado de editar, chama-se «Kabaret» e constitui uma verdadeira viagem no tempo até esses anos 30 em que a moda de Coco Chanel, a androgenia de Greta Garbo ou o erotismo de Anais Nin marcavam uma certa forma de feminino em breve amordaçado pelo advento das ditaduras fascistas.
Nessa abordagem da atmosfera musical de Kurt Weil e Bertold Brecht, Patrícia assume-se como mulher fatal com um pé no vanguardismo da época e o outro na decadência de que seria igualmente caracterizada.
Mas a cantora não deixa de aqui proceder a um verdadeiro monólogo interior pelo qual é o próprio sentido da vida a estar em causa.
Um bom exemplo disso mesmo é a canção mais pessoal do disco, na qual a cantora lembra a sua mãe, precocemente desaparecida!
Embora quase desconhecida entre nós, Patrícia Kaas merece ser ouvida como exemplo representativo de uma cultura europeia cada vez mais distante dos circuitos de distribuição, que aqui chegam.
Vemos, ouvimos, lemos e experimentamos. Tanto quanto possível pensamos pela nossa própria cabeça...
sexta-feira, maio 01, 2009
Patricia Kaas - Elle voulait jouer cabaret
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