São muitas as histórias curiosas que Arturo Toscanini suscitou ao longo da sua longa carreira de maestro. Ainda hoje há quem aposte ter sido ele o mais genial de todos quantos pegaram numa batuta em frente a uma orquestra. É claro que a História da Música conta com outros grandes vultos responsáveis por interpretações superlativas de obras musicais já de si sublimes, sendo fútil discutir quem delas conseguiu o patamar da excelência.
O que vale é registar alguns dos momentos, que deram a Arturo Toscanini uma dimensão lendária.
Tudo começou aos 19 anos, quando ainda era violoncelista de uma orquestra italiana em digressão pelo Brasil e deparou com a incapacidade do maestro em dirigir convenientemente a «Aida» de Verdi.
O arrojo com que passou para a liderança da orquestra e dela obteve interpretação memorável sem recurso a pauta, projectou-o desde logo como um talento precoce.
Depois, seguiu-se uma carreira sempre de consagração, em que ia introduzindo inovações (a orquestra no fosso do Scala, o apagamento das luzes da sala enquanto a orquestra actuava, etc.) e se ia deixando seduzir por espaços de eleição.
Bayreuth, por exemplo, ainda se sentia imbuído da ambiência celestial da música do seu idolatrado Wagner. Terá sido a descoberta da obra do grande compositor alemão, a inibi-lo da ambição de chegar à composição: depois da majestosidade da música do autor de Lohengrin, o que poderia surgir da sua própria lavra só seria medíocre. Ou também Salzburgo aonde Mozart continuaria omnipresente.
Mas, a partir dos anos 40, nem um nem outro desses sítios lhe estão acessíveis: antifascista por natureza (apesar de ter sido correligionário de Mussolini antes deste se ter virado para a extrema-direita), Toscanini acaba por se revelar contra as ditaduras ao dirigir aquele que irá ser o embrião da futura Orquestra de Telavive.
Mas não era só a política a suscitar reacções firmes por parte do maestro: ele não deixará de vituperar Stokowski como um incompetente capaz de estragar o prazer de ouvir as melhores composições e Puccini representará para ele o paradigma do plagiador.
Polémica, igualmente, a sua opinião sobre os concertos: «a música não é feita para ver, mas para ouvir».
É ela a possibilitar o raro acesso à sensação de sublime, que amiúde o consegue levar às lágrimas…
O que vale é registar alguns dos momentos, que deram a Arturo Toscanini uma dimensão lendária.
Tudo começou aos 19 anos, quando ainda era violoncelista de uma orquestra italiana em digressão pelo Brasil e deparou com a incapacidade do maestro em dirigir convenientemente a «Aida» de Verdi.
O arrojo com que passou para a liderança da orquestra e dela obteve interpretação memorável sem recurso a pauta, projectou-o desde logo como um talento precoce.
Depois, seguiu-se uma carreira sempre de consagração, em que ia introduzindo inovações (a orquestra no fosso do Scala, o apagamento das luzes da sala enquanto a orquestra actuava, etc.) e se ia deixando seduzir por espaços de eleição.
Bayreuth, por exemplo, ainda se sentia imbuído da ambiência celestial da música do seu idolatrado Wagner. Terá sido a descoberta da obra do grande compositor alemão, a inibi-lo da ambição de chegar à composição: depois da majestosidade da música do autor de Lohengrin, o que poderia surgir da sua própria lavra só seria medíocre. Ou também Salzburgo aonde Mozart continuaria omnipresente.
Mas, a partir dos anos 40, nem um nem outro desses sítios lhe estão acessíveis: antifascista por natureza (apesar de ter sido correligionário de Mussolini antes deste se ter virado para a extrema-direita), Toscanini acaba por se revelar contra as ditaduras ao dirigir aquele que irá ser o embrião da futura Orquestra de Telavive.
Mas não era só a política a suscitar reacções firmes por parte do maestro: ele não deixará de vituperar Stokowski como um incompetente capaz de estragar o prazer de ouvir as melhores composições e Puccini representará para ele o paradigma do plagiador.
Polémica, igualmente, a sua opinião sobre os concertos: «a música não é feita para ver, mas para ouvir».
É ela a possibilitar o raro acesso à sensação de sublime, que amiúde o consegue levar às lágrimas…
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