domingo, novembro 05, 2006

DANIEL BARENBOIM EM LISBOA

Assumo uma simpatia justificada pelo maestro e pianista Daniel Barenboim. Recordo-o há muitos anos, quando ele era ainda uma jovem promessa e vivia com a violoncelista Jacqueline du Pré, com quem está a actuar na imagem da página anterior. Sobre o drama, que ambos partilhariam até à morte dela, de nada sabia, sendo-me necessário o filme com a notável Emily Watson para perceber quanto sofrimento ele conhecera naquela que foi uma relação demasiado breve e complexa.
Talvez porque contactou de muito perto com o martírio, Daniel Barenboim tem revelado uma grande generosidade ao longo da sua carreira. Os esforços para um diálogo israelo-palestiniano atestam-no e os seus espectáculos com a Orquestra Divan têm um carácter simbólico, que poderá vir a frutificar na criação de uma cultura mútua de aceitação das semelhanças e das diferenças. Para além da irrepreensível qualidade artística, que Barenboim impõe ao projecto.
Mas a sua carreira não se esgota nessa iniciativa partilhada com Edward Said e é tão normal vê-lo a dirigir as mais prestigiadas Orquestras como a limitar-se ao papel de solista em Orquestras por outrem dirigidas.
foi assim na Gulbenkian na semana passada, quando Barenboim presenteou os portugueses com mais um excelente espectáculo a acompanhar a Orquestra Gulbenkian dirigida por Lawrence Foster.

Sem comentários: