quinta-feira, julho 20, 2006

UMA GUERRA NO MÉDIO ORIENTE

A situação agudizada na guerra do Médio Oriente, confronta-me com algumas contradições difíceis de dissipar: por um lado reconheço as razões dos palestinianos e dos libaneses perante uma violação tão flagrante das leis internacionais, tanto mais que acompanhada de uma anti-democrática falta de reconhecimento da vitória do Hamas nas eleições recentemente ocorridas.
Mas, é também verdade a identificação mais fácil dos nossos valores com os israelitas do que com os muçulmanos. Bastará o tratamento dado pelos regimes islâmicos às mulheres para se justificar uma opção civilizacional.Porque, mesmo não o sendo inicialmente, o conflito israelo–palestiniano acaba por representar o tal choque de civilizações de que falava Huntington. E comporta os riscos de ver prejudicado o nosso bem-estar ao levar os preços de petróleo para uma espiral descontrolada.
E se ainda agora aparecem os indícios de uma recuperação económica, há sempre o risco de os ver evaporarem-se nesta depressão colectiva.
Sem não termos contribuído em nada para tal peditório, podemos sofrer na pele os efeitos nefastos de dois mandatos de George W. Bush na Casa Branca. É que se eles bastaram para desmistificar as ideias absurdas dos neo-conservadores, para quem a supremacia imperialista da América passava pela exportação de uns ideais de democracia, nada de bom acarretaram para o nosso bem-estar ou para a criação de uma confortável sensação de confiança perante o futuro.
Por tudo isso, mesmo neste cantinho à beira-mar plantado, existe uma ansiosa expectativa pela emergência de uma paz para todos honrosa ...

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