segunda-feira, julho 10, 2006

BECKETT POR DESCOBRIR?

Será uma falha minha, mas nunca me senti atraído pela dramaturgia de Samuel Beckett. Porque o associo a poucos actores em cena e a muitas palavras disparadas de forma quase meteórica. Apesar de sobrar grande importância para as pausas, para os silêncios.
É, porventura, uma questão de maturidade. Como sucedeu com a música clássica, ainda há uns anos ouvida com frequência, mas sem paixão e, hoje, à beira do meio século de vida me leva a militante devoção.
Porque os temas de Beckett só agora começam a preocupar-me a sério: as angústias, as inseguranças, as frustrações de quem teceu ideais de felicidade, que se realizaram em grande parte mas não na sua mais utópica totalidade. Havendo um fim irremediável a ameaçar tolher as oportunidades remanescentes para conseguir esse tal pleno.
Talvez daqui a não muito tempo eu confesse aqui o emergente fascínio pela obra mais filosófica, que meramente teatral do dramaturgo irlandês…

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