sábado, maio 04, 2019

(DL) O Salinger que nunca me entusiasmou


Li «À Espera do Centeio» há muitos anos na velhinha edição da Livros do Brasil, quando tinha por título «Uma Agulha no Palheiro». Mais recentemente aproveitei para reapreciar a opinião sobre o autor ao ler «Nove Contos». Em ambos os casos apreciei a leitura, mas nada nela constatei de genial, mesmo levando em conta que as traduções desmereceriam dos originais. Tratava-se de um bom escritor, mas igual a muitos outros, que lemos com igual agrado e vindos das muitas Américas contidas dentro dos Estados Unidos.
Hoje vi um meritório biopic sobre o percurso por que passou entre o fim da adolescência e a consagração enquanto escritor. «Rebel in the Rye» relembra-nos o motivo por que Salinger foi mitificado graças à clausura a que se remeteu, quando estava no auge do seu reconhecimento. A decisão de escrever apenas para seu usufruto, sonegando aos leitores tudo quanto doravante verteria para o papel, justificaria esse injustificado empolamento.
O filme de Danny Strong é simpático, muito mais do que era essa complexa personalidade, demasiado preocupada com a opinião que de si teriam os outros. Até se convencer - ou ser disso convencido pelo guru indiano! - que seria bastante mais eficaz na misantropia, que adotaria como imagem de marca.

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