sábado, maio 07, 2016

DIÁRIO DE LEITURAS: «A Boda Mexicana» de Sandra Sabanero

Decerto ferindo o pensamento politicamente correto de alguns, que pensam só se poder dizer mal do que se conhece, confesso que nunca li, nem penso vir a ler os romances de Danielle Steel e deles não gosto. Basta olhar para as capas xaroposas dos romances cor-de-rosa para deles fugir a sete pés.
Também não li Margarida Rebelo Pinto e execro-a, mas aí a argumentação é mais consistente: vi algumas entrevistas com ela nas televisões e reconheço-lhe o tipo de pessoa, que concentra algumas das piores qualidades do género humano: o oportunismo, a vulgaridade e o reacionarismo mais rasteiro.
Vem isto a propósito de, com grande esforço, ter acabado a leitura das mais de trezentas páginas de «A Boda Mexicana» de Sandra Sabanero.
Quando peguei no romance imaginei a possibilidade de vir a conhecer algo mais sobre as idiossincrasias do grande país da América Central, tanto mais aliciante quanto descritas do ponto de vista feminino.
Afinal a montanha pariu um rato com muitas dúvidas de permeio quanto às vantagens e desvantagens de ir até ao fim. É que, de vez em quando, o romance dava-me algum indício de poder levantar voo - como quando a narradora se prestou a militar em organizações de esquerda, distribuindo-lhes propaganda! - mas em vão.
Que fiquei, então, a saber sobre os usos e costumes mexicanos? Que as mulheres caem facilmente na canção do bandido e, apesar de se pretenderem o mais recatadas possíveis, veem-se engravidadas ao primeiro deslize, pagando com enormes sofrimentos esse ultraje aos «bons costumes». Que os homens mexicanos são a versão caricatural do macho latino, escolhendo uma santinha» como esposa e passando o resto da vida a gastar o que têm, e não têm, em farras de cair para o lado, com muito álcool e prostitutas no cardápio.
Felizmente que a protagonista acaba por encontrar um europeu capaz de a apreciar e de a salvar do vespeiro mexicano. Mesmo com muitos avanços e recuos, que nos levam a pensar se irá ou não concretizar o sonho cor-de-rosa da protagonista. Mas isso lá sucede, acabando-se o livro num «lindo» final feliz.
Acredito que nunca terei estado tão próximo das propostas «literárias» de Danielle Steel ou de Margarida Rebelo Pinto. E, claro, não gostei!


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